Narrativa • Caixa de Pandora

              Ao que todos os alunos chegaram, ao menos a grande maioria, os lideres religiosos iniciaram as celebrações para o futuro sepultamento dos jovens, sendo o muçulmano o primeiro, visto que era da tradição muçulmana sepultar seus falecidos em pouco tempo e com simplicidade. Os presentes na cerimônia estavam concentrados nas palavras do homem, que iniciava a leitura de uma passagem do livro sagrado, o Alcorão, quando uma mulher surgiu em meio aos estudantes, entre o lado grego e o muçulmano do velório.

              Sons de relâmpagos se fizeram presentes, assim como as luzes tremeluzentes. Ali, com a maquiagem borrada, os cabelos bagunçados e a roupa suja de barro e o que deveria ser sangue se encontrava Mégara, a mãe de Olympia. Seus olhos brilhavam e uma aura dourada rodeava seu corpo quando a mulher se pôs a falar para os presentes, dando voz ao Oráculo de Delfos.

— Sete descendentes serão convocados. 

Pelos céus e infernos, serão guiados. 

Em busca do reino com o mestre errante. 

Três contos de fadas assumem um papel importante. 

Com forças unidas para selar a rebelião dos atrasados. 

E distinguir qual o fim dos contos rebelados.

              Proferiu a morena, com sua voz se misturando ao do espírito do Oráculo. Ao final da profecia, Mégara retornou a si mesma, notando então onde estava e, com a Caixa de Pandora em mãos, ela caminhou até Philip Charming, entregando o objeto para o rei. Ele saberia o que fazer com ela. Novamente olhando para os estudantes, ela suspirou, negando com a cabeça e finalmente se aproximando do caixão onde jazia o corpo de sua doce menina, se pondo a chorar copiosamente.

「📖」─ ℕ𝕒𝕣𝕣𝕒𝕕𝕠𝕣

              Durante uma viagem a Grécia, o Rei Philip conheceu os novos deuses olimpianos. Ele fez uma amizade forte com Hércules, a ponto dos dois contar tudo um para o outro, como bons amigos. Isso incluía os acontecimentos fatídicos que veio a trazer o espírito do grande profeta grego ao corpo da amada do seu semideus favorito. Mas as histórias passadas não vem ao caso.

              Philip observou a caixa talhada e o peso magia que ela porta fez o mesmo pesar. Não esperava que fosse usar um das relíquias antigas tão cedo, desde que devolveu o Escudo da Virtude aos irmãos Grimm. Soltou um suspiro pesado e depois de procrastinar, abriu a caixa

              Uma névoa esverdeada saiu em espiral do artefato, tomando uma forma mais sólida que serpentava pelo ar, observando os descendentes. O espírito fixou seu olhar negro sobre o corpo de um dos jovens e como uma lâmina, cortou o espaço dentre os dois, invadindo o seu corpo e fazendo dele seu boi abrigo.

     — Parabéns, você é o novo possuinte do Oráculo de Delfos

          Disse Philip, com a voz mesclando a tristeza que carrega com um pouco de esperança, depositando ela sobre o jovem Oscar Diggs II, que agora, é a esperança de toda a escola